12 de mar. de 2011

Poema das Nuvens Fofas

Poema das Nuvens Fofas, de António Gedeão
Nos píncaros do Olimpo as nuvens pairam
como clara batida, fofa e crespa.
O Olimpo é um monte, e as nuvens, água
que as baixas temperaturas condensaram
em estrelados cristais.
Ali, atrás das nuvens, se instalaram
os deuses, em seus tronos marchetados
(pois se os grandes da Terra tinham tronos
corn mais razão os deuses os teriam).
Ali, atrás das nuvens, planearam o meu futuro,
sem saberem que as nuvens eram água.

Eram, de facto, água,
e como água caíram sobre a Terra.
Primeiro em fios breves, voluptuosos
como chuveiro tépido nas pálpebras;
depois em fios grossos,
em baraços, em cordas, em colunas,
cataratas do céu que o proprio céu ruíram
em bátegas cerradas.
Na precipitação das catadupas de água
envolveram-se os deuses na enxurrada,
deuses e tronos,
e corn eles também o meu futuro.

António GedeãoPoemas Póstumos

4 Comentários:

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Not perfect but I understand it!

Nice picture!

Caro amigo, bela fotografia...belo poema...Espectacular....
Um abraço

É um belo poema realmente, Fernando. Deves ter reconhecido o autor. Ele também é de Portugal.

Grande abraço!