O Julinho ontem
No ano de 1900, nascia o Colégio que se tornaria uma referência de Escola Pública, conhecido e reconhecido por este Rio Grande como "Escola-Padrão" e apelidado de carinhosamente de "JULINHO".
Tudo começou quando o curso que preparava estudantes à Escola de Engenharia transformou-se em uma seção da mesma e passou a chamar-se "Gymnásio do Rio Grande do Sul", reconhecido pelo Governo Federal através do Decreto 3.688, de 23 de junho de 1900.
Em 1905, o Ginásio passou a denominar-se "Instituto Ginasial Júlio de Castilhos", em homenagem ao ex-governante positivista Júlio de Castilhos.
Em 1910, foi inaugurado seu prédio próprio, uma bela obra arquitetônica, do engenheiro Manoel Itaqui, "um verdadeiro palácio", no local onde, atualmente, encontra-se a Faculdade de Economia da UFRGS.
Em 1942, passou a denominar-se Colégio Estadual Júlio de Castilhos, ao qual se incorporaram, o então o Colégio Universitário e o Ginásio Júlio de Castilhos, passando a ministrar o ensino do Curso Ginasial, Clássico e Científico.
Em 16 de novembro de 1951, em um incêndio, até agora não esclarecido e descrito por muitos alunos como criminoso, o prédio do velho Ginásio foi totalmente destruído, restando somente um pilar do muro que o cercava, e que hoje expõe uma placa comemorativa aos seus cem anos, comemorado no ano 2000. Além do muro, os dois "grifos-leões" e o busto de Júlio de Castilhos sobreviveram, "salvos das chamas por alunos, professores e populares" e encontram-se, até hoje, expostos no saguão do prédio atual, inaugurado em junho de 1958. Projeto esse de arquitetos Demétrio e Enilda Ribeiro, que tiveram a intenção de dar a esse novo prédio um "sentido único, de simplicidade, dentro de uma arquitetura moderna e contemporânea.". Para seus idealizadores esta visão se exemplifica pela criação de galerias abertas ao exterior e em todos os andares. A abertura dessas áreas comuns, com suas grandes sacadas voltadas para a praça, favorece a confraternização entre as turmas e caracteriza a conquista de um espaço democrático tão desejado. Espaço esse que ultrapassou limites da Escola, estendendo-se nas manifestações dos alunos, representados por um Grêmio Estudantil sempre atuante, que lutava pela democracia no Brasil, principalmente nos chamados "anos de chumbo".
E é neste prédio, que continua mais contemporâneo do que nunca, que a junção espaço & alunos unificou-se cada vez mais, revelando a "cara do Julinho."
Como bem diz o escritor Moacyr Scliar, ex-aluno, na apresentação do livro, "Julinho - 100 anos de História, editado em homenagem ao centenário da Escola, no ano 2000. "De fato, poucos colégios marcaram tanto a história do Estado, e também do país quanto o Julinho. Por seus bancos passaram figuras públicas de primeira grandeza, profissionais liberais, políticos, intelectuais. O Colégio sempre foi um celeiro de talentos. Mais do que isso, foi uma Escola com E maiúsculo, uma Escola que ensinava não apenas disciplinas curriculares, mas também, e mais importante, valores da convivência democrática e da livre expressão de ideias e de talentos".
E, para relembrar as figuras ilustres que ajudaram a engrandecer a trajetória Juliana, é importante citar, além do escritor Moacyr Scliar, na Literatura, Leonel de Moura Brizola, na política, Caco Barcelos, no jornalismo, Barbosa Lessa e Paixão Côrtes, no tradicionalismo, este último, fundador do DTG, que deu origem ao 35 -Centro de Tradições Gaúchas, em 1947.
Além do DTG, outros grupos foram sendo criados dentro da Escola como fomentadores de cultura e consciência política. O Grêmio Estudantil nasceu em 1943, e desde lá vem atuando sempre de uma maneira dinâmica, na defesa do ensino e dos estudantes.
Em 1947, outra grande iniciativa foi a criação do Centro de Professores Julio de Castilhos - CPJC - com o objetivo de lutar por uma educação de qualidade e reivindicar melhores condições e salários para a categoria, contribuindo para valorizar e incentivar as lutas do CPERS Sindicato.
Em 1979, surge o Grupo Ecológico KAA-ETÉ, com uma proposta de conscientizar os alunos na defesa do meio ambiente.
Já, a Fundação Colégio Júlio de Castilhos, criada em 1998, por um grupo de ex-professores e alunos, tem lutado pela melhoria do ensino, oportunizando cursos e palestras para a formação continuada dos professores Julianos, ajudando na qualidade do ensino oferecido.
Mais recentemente, a famosa Banda do Julinho que nos anos 60 e 70 encantava as "paradas da mocidade", conquistando campeonatos pelo Estado, retomou suas atividades desde 2006, por iniciativa de ex-integrantes. Hoje, muitas são as apresentações, e ano que passou, para nosso orgulho, tornar-se campeã Estadual.
Atualmente, os objetivos da Diretora Leda Oliveira Gloeden e de sua Equipe (Gestão 2010/2012) são muitos, além de oportunizar uma melhoria das instalações da Escola, como a reforma da sala dos professores e do espaço físico para a merenda dos alunos, é preciso manter viva a chama de uma escola tradicional do passado, disputada pela sua qualidade por jovens que sonhavam em ingressar em uma Universidade, principalmente a UFRGS.
O desafio, agora, é o de continuar oportunizando um conhecimento da qualidade, levando esse novo aluno do século XXI a pensar politicamente o mundo, tornando-o um cidadão consciente de seu tempo. Para isso, será importante redefinir o Projeto Político - Pedagógico, valorizando projetos que intensifiquem cada vez mais o ler e o escrever.
Para a Diretora Leda, essas são as tarefas que os Docentes do Julinho estão empenhados em dar o melhor de si e atuarão de forma conjunta para um ensino médio mais eficaz, que valorize cada vez mais a democracia e a diversidade, referências fundamentais que, com certeza, estão inseridas na Comunidade Escolar Juliana nestes 110 anos de sua existência.
Texto gentilmente cedido pela Direção do Julinho
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